quarta-feira, 14 de agosto de 2013

PRIMAVERA


Parecendo mui abstracto
Do mundo todo esquecido,
Na verdade observador nato,

Ao passear fico embevecido,
Preso, atento, delirante,
D’altivo rosto enobrecido

Por cabeleira estonteante,
Largo o busto, romanesco,
Contendo – se a custo, anelante,

Enfeitado em arabesco,
O andar bem impulsionado,
Firme, deleitoso, mui fresco,

Esse tabu d’alguém amado,
Ei – la caminha sorridente
Deixando tudo embalsamado,

Cheio de vida, mui contente.
Desvendem o nome da jóia,
Perfeita figura de gente,

Mais linda que Helena de Tróia,
Uma mais para a nossa era
Digna de um quadro de Goya,

A bela é a Primavera!